Não-conformidades comuns numa auditoria ISO 45001: como evitá-las
Quando se realiza uma auditoria aos sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho (SGSST), podem surgir não conformidades que impedem a capacidade de uma organização de manter um ambiente de trabalho seguro e conforme.
Abordar estas não conformidades comuns de forma proactiva é fundamental para garantir um local de trabalho mais seguro e passar nas auditorias sem problemas. Abaixo, exploramos algumas áreas comuns de não-conformidade e oferecemos ideias sobre como as organizações podem evitar estas armadilhas.
1. Avaliações de risco: identificação inadequada ou avaliação incorrecta
Um dos problemas mais frequentes durante uma auditoria é a identificação ou avaliação incorrecta dos perigos no local de trabalho. As avaliações de risco constituem a espinha dorsal de qualquer SGSST, pelo que é vital garantir que os perigos são corretamente identificados e avaliados.
Por exemplo, num armazém, as pessoas que aí trabalham podem usar coletes de alta visibilidade, mas continuam a correr um risco elevado de serem feridas por equipamentos como os empilhadores. Embora o equipamento de proteção individual (EPI), como o vestuário de alta visibilidade, seja uma medida de controlo, o risco de colisão deve ainda ser classificado como elevado devido à potencial gravidade de um incidente deste tipo. A avaliação do risco deve refletir com precisão a probabilidade e a gravidade dos danos, tendo em conta todos os factores relevantes.
Sugestão: Assegurar que as pessoas competentes efectuam avaliações de risco regulares e exaustivas e reavaliar sempre os riscos quando ocorrem alterações no ambiente ou nos processos de trabalho.
2. Não cumprimento dos sistemas de trabalho seguros
Mesmo com procedimentos e protocolos documentados, a não conformidade com sistemas de trabalho seguros (SSOW) é outra constatação comum durante as auditorias.
Um sistema de trabalho seguro é um procedimento formal que garante que as tarefas perigosas são efectuadas em segurança. No entanto, o problema surge quando estes procedimentos não são seguidos ou aplicados.
Por exemplo, ao entregar mercadorias num local à beira da estrada, a SSOW pode especificar que as entregas sejam feitas nos lancis, em vez de na própria estrada, para minimizar os riscos. Se os trabalhadores não seguirem estas instruções, isso abre a porta a acidentes e não-conformidades durante uma auditoria.
Sugestão: Verifique se todos os funcionários e contratantes receberam formação adequada sobre as SSOW e se o cumprimento é controlado regularmente. A promoção de uma cultura de segurança e sensibilização pode evitar estas falhas.
3. Inspecções regulamentares não conformes
Outro problema frequente é a não realização das inspecções obrigatórias dentro dos prazos estabelecidos.Isto é particularmente comum em inspecções de equipamentos realizadas ao abrigo de regulamentos como os Regulamentos sobre Operações de Elevação e Equipamentos de Elevação (LOLER) e os Regulamentos sobre Fornecimento e Utilização de Equipamentos de Trabalho (PUWER). Quando o equipamento não é inspeccionado ou testado atempadamente, pode continuar a ser utilizado em condições de insegurança, conduzindo a uma não conformidade grave.
Por exemplo, um empilhador pode ter a sua inspeção LOLER pendente e, no entanto, continuar a ser utilizado. Isto não só aumenta o risco de acidentes, como também significa que os requisitos legais de saúde e segurança não estão a ser cumpridos.Sugestão: Implemente um sistema sólido para monitorizar as inspecções regulamentares e os programas de manutenção para garantir que nenhum equipamento é utilizado sem ter passado as verificações necessárias.
4. Avaliações de risco COSHH incompletas
Os requisitos do Controlo de Substâncias Perigosas para a Saúde (COSHH) exigem avaliações de risco exaustivas de quaisquer substâncias perigosas utilizadas no local de trabalho. No entanto, muitas empresas ignoram este facto, especialmente quando introduzem novas substâncias.
Por exemplo, um empregado de limpeza pode comprar um novo produto de limpeza numa loja local e começar a utilizá-lo sem uma avaliação formal da COSHH. Esta situação pode conduzir a riscos graves para a saúde, especialmente se o empregado de limpeza não souber como a nova substância pode reagir se for misturada com outros produtos químicos. Além disso, as avaliações COSHH devem ter sempre em conta o que pode acontecer se as substâncias forem utilizadas ou armazenadas incorretamente.
Sugestão: Formar os empregados sobre a importância das avaliações de risco COSHH e garantir que as novas substâncias são sempre avaliadas antes de serem utilizadas.
5.Controlos dos contratantes: gestão do risco de terceiros
A gestão da segurança dos contratantes é outra área de incumprimento frequente. Enquanto muitas organizações asseguram que os seus próprios empregados recebem formação e seguem os protocolos de segurança, os contratantes nem sempre recebem o mesmo nível de atenção.
Os contratantes podem ter as suas próprias avaliações de risco e sistemas de trabalho seguros, mas estes devem ser revistos e alinhados com as normas organizacionais. Além disso, é frequentemente ministrada formação geral de iniciação, mas podem não ser efectuadas actualizações de acompanhamento para garantir a conformidade contínua. Esta lacuna pode levar a que os contratantes não cumpram os procedimentos de segurança exigidos, o que representa um risco tanto para o contratante como para os trabalhadores da organização.
Sugestão: Estabeleça requisitos claros para a segurança dos empreiteiros, incluindo a revisão regular das avaliações de risco, autorizações de trabalho e formação de reciclagem, sempre que necessário.
Reflexões finais
As não-conformidades numa auditoria ISO 45001 podem ser dispendiosas, não só em termos de possíveis sanções, mas também em termos de segurança e bem-estar dos trabalhadores. Ao abordar estas questões comuns, as organizações podem garantir que se mantêm em conformidade, proteger as pessoas de danos resultantes das actividades da organização e criar uma cultura de segurança.
Auditorias regulares, formação contínua, consulta e práticas diligentes de gestão de riscos são essenciais para manter a conformidade com a norma ISO 45001, a legislação aplicável e os códigos de práticas. Lembre-se que a chave para evitar não-conformidades não é apenas ter os sistemas corretos implementados, mas também garantir que esses sistemas são seguidos de forma consistente e actualizados quando necessário.
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